terça-feira, 5 de março de 2013



não há nada mais aconchegante nessa vida do que a solidão... o distanciamento...

ainda me lembro daquele quartinho enclausurado... o lençol azul encharcado de penumbra... da tv ligada sem aúdio... do barulho ensurdecedor da minha cabeça que pairava por entre os morros daquela imensa cidade...

hoje a tarde fui dar uma volta. comi só pra calar o corpo. ouvi na praça um saxofone... tocado por um cara que tinha seus 70 anos e fazia aquilo só por prazer. vi lá perto também um rapaz muito apessoado sentado na grama com um olhar distaaante... que logo ali adiante viria me perguntar o preço da cerveja [clandestina], me falar da sua obsessão por brutalismo e me apresentar as mais belas obras de sua acidentada cidade... de barroco a Niemeyer, de cigarro de palha a manteiga do interior... do pequeno parque ao complexo da Pampulha... o edifício Maleta... hoje só resta uma imensa saudade... da enorme promessa daquela cidade... do aconchego da solidão... da ilusão de felicidade.

me restam também as boas lembranças e uma bonita amizade... confesso que ao voltar Teresina me pareceu opaca e depois disso a vontade de ir embora me faz sufocar!!! penso comigo: EU AINDA VOLTO LÁ! mas isso são planos futuros de uma pessoinha afoita que quer descobrir o mundo e engolir tudo o que é belo... de alguem que vê ilusão nos olhos dos outros e não aceita isso muito facilmente. Talvez hoje eu esteja meio neurótica... talvez na esquina dos meus pensamentos tortos eu aponte uma faca pro seu ego através do espelho...

é...

talvez seja só sono... boa noite!

Gabriela Fernandes

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