quinta-feira, 21 de março de 2013
UM A MAIS
Senhor Manoel vou lhe dar as minhas ferramentas,
me jogue três pingos de água benta que é pra sorte me ajudar.
Amanhã no romper do dia, na hora da Ave Maria, quero estar longe daqui;
meu poderoso Jesus Cristo me perdoe, mas eu acho que a culpa foi desta minha pouca fé;
minha mulher nem um filho me deu e de desgosto morreu neste sertão de pedra e pó.
Eu fiquei só, eu fiquei só.
Cheguei em São Paulo maltrapilho, os pés inchados e o meu jeito acanhado era motivo de riso;
sentei na praça vendo a chuva que caía, lembrei logo de Tereza e chorei como devia;
um flagelado a mais, sem micro solução;
no meio do progresso morre de fome o coração.
Um banquete de riso ouço na televisão,
uma moeda cai sobre mim, adeus doce visão.
DE:GERALDO SADIL
MEU BLOG:http://gsadil.blogspot.com.br/
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