quinta-feira, 21 de março de 2013
É ZÉ
Sou uma fera faminta
aqui dentro desta jaula,
minha cabeleira rala
triturada pelo pente,
que vai fundo viajando
no couro que cora a cara,
no carro que corre o corpo,
na fala de uma navalha.
É seu Zé estou morando
aqui no cafundó dos judas,
aonde a palavra absurda
é paz na terra, se é.
Hoje eu nem sei se é domingo,
sábado ou segunda-feira,
estou deitado anotando
os pontos de interrogação.
Tem a faxina do seu Manoel,
o biscate de pedreiro,
tanta coisa para fazer
nem dá tempo de cantar.
Mas calado eu não fico,
abro o bico sim senhor,
que se dane seu governo
sou um livre violeiro
e canto o que eu quiser.
Vai ter que mudar um dia,
o mandão vai ser Maria,
a jaula vai ser aberta
a fera vai dar no pé.
É Zé...
DE:GERALDO SADIL
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