segunda-feira, 30 de maio de 2011

Caído















Só por um momento eu consegui alcançar as nuvens
Nada fácil e tudo tão rápido, mas com certeza mágico
Na ponta da lança senti o suave tocar de algodão
O que valeu pra mim por toda a vida que acabara

Meu caminho não existiu glórias ou momentos heróicos
Muito menos sóbrias palavras e decisões
Pelas portas da percepção estacionei
E fiquei vagando entre o inexistir e o esquecimento

Mas naquela hora tudo me valera não viver
Eu pude enfim sorver pedaços de satisfação
A ponta da lança cravada na minha essência
Um surto de paz e gozo me levam ao chão

Insensato momento de se sentir às alturas
Quando se foge das incertezas da vida
Por uma esquina errada, se tomba no destino
sucumbe-se ao desatino, com a gélida faca

E nada mais se sente, deixa o torpor me levar
pra onde eu nem sei,  não faz sentido saber agora
o que me guia, com mórbida força
é a manhã luminescente da aurora

(André Café)

Um comentário:

  1. Gostei bastante do blog. Vocês estão de parebéns!
    Se puderem dar uma olhada:
    http://brindandoamorte.blogspot.com

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