Assim, e só,
Tal qual tantos outros são,
Tantos outros sãos.
Visto-me em rótulos
Ah, belas pin-ups!
-Mulheres que nunca terei nas mãos
A não ser em garrafas e sonhos.
Tropeço sempre minhas três vezes
Vou com a cara no cimento
Quebro um ou dois dentes,
Mas nem sinto...
Sinto que alguém roubou meus sentidos no balcão daquele boteco,
E eu nem vi.
Sou um bêbado.
Um bêbado desacordado, desleixado
Com nada na cabeça, a não ser o nome da mulher amada:
-Ah, Sônia...ou seria Ângela?
Sou um bêbado, poxa,
Nada mais me interessa
Que não seja a próxima dose...
Sou um menino de colo
Frágil, sem consicência,
Mal consigo caminhar...
E sou o dono do bar!
Até que meus trocados não mais permitam:
Depois, viro o dono das calçadas.
Sou só um bêbado, gente.
Sou um ébrio, até ser nada,
Então perco os sentidos:
Perco as chaves,
Perco a hora,
Perco a cabeça,
E perco o freio.
(Laelia Carvalhedo)
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