Não vagarosa, célebre ou indomada
Desconstruída,
Invisível e ao mesmo tempo alimentada.
Coitada daquela,
De pés rachados, dentes pretos
Que como comida,
Apenas a farinha, a água e o sal.
Deliciam-se como que por um instante
Sanasse a dor de uma vida.
Aquela gente tão sofrida.
A margem de toda a sociedade
Onde lhe tiram a água,
O bem vital do ser humano,
E no lugar lhes dão promessas descabidas.
E como se suficiente não fosse,
Ao pior, a água vira mercadoria e é vendida
Aquela gente tão sofrida.
Aquele agricultor,
Do sertão, do semi-árido.
Que ora Deus que a chuva caia,
Que planta em seco e sob pedras.
E que em tempos de escassez
São esquecidos, renegados.
Anti-humano, ente desalmado.
Bandido mascarado.
(Luam Santana)
Nenhum comentário:
Postar um comentário