segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Juras Imperfeitas

Amanhã, depois da meia-noite e de alucinar a lua, o seu desespero irá bater em mim, e a porta ainda estará aberta.
A gente poderá conversar, mas depois de nos despedirmos o céu irá desabar. E se assim não for? É que sob o seu olhar constroem-se fios de eternidade. Eu deveria caminhar sobre eles? Eu deveria enroscar-me em seu pescoço e soltá-lo com uma mordida doce? Eu deveria estragar meus planos, aqueles outros de sempre, de viver só? Eu poderia desfazer-me em ti? Eu contentar-me-ia em acompanhar teus passos, mesmo que eles não me levem a parte alguma? Eu não me controlaria em te perder pelas calçadas, pela chuva e por minhas mãos.
Eu não deixaria minhas veias te amarrarem e depois jorrá-lo para o mundo. Eu sei que é tua alma é uma teimosia minha. É uma infinita vontade de perceber sua intenção guardada embaixo do teu sapato. É, eu sei que és feito, sob efeito, de defeitos. Não importa, eu engulo tudo só para o nosso melhor.
E agora, meu coração não se enrosca em sorteios de boas vontades.


(Rosseane Ribeiro)

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