terça-feira, 2 de agosto de 2011

Rotina


Veste-me com a melhor roupa.
Despe-me até a alma.
Finge. Desdenha. Insatisfaz.
O sol nasce sempre mais cedo.
E se põe na mesma velocidade.

Deturpa. Bagunça. Confunde.
Inebria. Encanta. Desencanta. Joga fora.
As mãos estão sempre vazias.
E o peito cheio de nada.
Um nada tão profundo...

Uma posse despossuída.
Só os olhos mais alertas podem ver.
O lixo se acumula. O lixo está no chão.
O chão é o limite. E o lixo se vai.

Em qual bueiro foi parar meu coração?

(Juliana de Andrade - Em 17/03/2008)

Nenhum comentário:

Postar um comentário