quinta-feira, 17 de novembro de 2011



Todo dia eu acordo
E olhe só quem lá me espera:
Seu motora, me espere que eu também vou!
Corre menina!
Bate o pé na bunda que ele já tá indo
Dá-lhe solavancos na lateral do ônibus
Moço, não me deixe, tenho pressa!
Ai, entrei
E ele vai, e passa
Cheio de braços entrelaçados
Braços brancos, braços pretos
Braços que trabalham
Braços que sustentam mundos
Braços que erguem prédios
Braços que se erguem para a revolução
Revolução!
- Ai meu pé!
- Moço, passe mas num leve minhas coisas não!
Minha parada é a próxima
- Motorista, paraê! Eu puxei a corda!
E vai
Cuidar da vida
Que ja já é hora de esperar outro ôinbus passar.

(Fernanda Arrais)

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