terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Confidências ao luar

Andavam como quem não quer caminhar,
Sabiam que a noite já estava por acabar,
e o que temiam estava para chegar

Tentavam a cada momento relembrar
na mente o que ao peito não cala
e os olhos declaram,
tal sentimento púrpuro e puro
que só aos amantes pertence

E a cada deslizar de mãos,
a cada roçar de pele,
rugia como fogo na epiderme
a queimar por dentro um arrepio que estremece

E por mais que o tempo passasse,
por mais que o mundo se acabasse,
Eles com nada se importavam,
posto que de amor se insurgiam
e o que antes era dois, em um só transcendiam

Mas por mais belo que seja,
também sabiam ser este breve
e tentavam prolongar cada caminhar
como se ao tempo pudesse frear,
como se seu pulsar pudesse modificar
a inadiável hora de embarcar.

Sabiam o que lhes esperavam,
sentiam o que lhes aguardavam,
então disseram à lua que lhes espiavam
confidências sussurradas
que só pertence aos que já amaram.

Suzianne Santos

Nenhum comentário:

Postar um comentário