quarta-feira, 4 de julho de 2012
(Cárcere privado)
Não,
Não saia!
Fique nas entranhas,
Frígida,
Mofada,
Inebriada,
Do que livre
Não se permite ser
Não, saia não!
Senta!
Se contenha!
Ilusões são meras paixões
Que ao diabo encarna
E à luz não se permite ver
Contenta a mente pequena,
Se mantenha!
Contenha!
Fecha!
Lá fora a vida passa
E que passe o quanto rápido
Para mais tarde não sofrer!
Fecha!
Sofrer veja o quanto é rápido,
fecha enquanto é hábil!
Se fecha!
Fecha!
Cala!
Muda, tremula
Mão ao medo vai,
Razão sábia se faz
Cala!
Molde a massa da tua mente
Cala!
Mata a mente
Cala!
Se ausente!
Cala!
Senta!
Contenha a contenta!
Não discuta!
Espavoridos gritos
Não renascem dragões extintos
Contenha seus instintos!
Que instintos desvaridos!
Cala a alma cai!
Cala!
Cai
Desarma!
Carcaça de corpo sem alma
Se desfaz, refaz e cala!
Imagem sem ação
Se desfaz, refaz e cala!
Transfigurada num nada
A voz soa melhor calada
Se desfaz, refaz e cala!
Contenha a contenta!
Que algumas coisas,
As belas coisas,
As vivas coisas,
À prisão se apresenta
E nada mais mantenha.
Cala...
Suzianne Santos
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