sábado, 7 de julho de 2012
Parcelas suspensas no mundo do ar: Outros ares
Já não se apresenta fumegante o veraneio vento
com toques macios e objetivos, balança folhas e frutos
o furto anterior é uma resquícia lembrança
que não corrobora com a dança feliz da noite
Compassadamente respira o planeta, junto a todas as almas
tristes e contentes, unidas pelo sentir e ressignificar
eu de cá solitário, tu ao meio de milhões
aceitando sugestões de vida
Mas mesmo sendo tênue a mudança do sopro
ele provoca sentimentos pares, que outrora sentidos
em contextos de fúria e destruição
são as mesmas monções em outras canções
O que muda é o medo? O que vibra é o ensejo?
nuclearmente giram as partículas do tempo e do vento no meu ser
que me purificam, que me sujam, que me alimentam
para seguir também o vento, transmutado
Para o resplandecer noturno, apenas o absurdo do vento bom
o olho que dista o lume inconsequente
o riso embebido pelo curto som
dos outros ares, areando a mente
André Café
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