Sopros batem leves na pele rija de sol castigada,
Céu cinza, terra molhada na seiva de vida nova,
Um abraço do tempo que nem lembrava mais
Anunciava radiante outras novas estações.
Enquanto uns pensam no sono de suposta justiça,
Um homem sereno, capa amarela sobre uma bicicleta,
Transporta mais um dia de luta, um dia de chuva
Não vai impedir o brilho do trabalho, do labor cotidiano.
Divindades que irrigam o solo por elas criado,
Prova de carinho, humanidade bem amada,
E tanto açoita, e tanto maltrata, a natureza acolhedora.
Festejam em lágrimas o alvorecer nublado,
Orvalho pleno que escorre pela estrada
Como um jorro sincero de intensa aurora.
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