terça-feira, 5 de março de 2013

Morre um inocente

Gláucio Amaral - Sangra, peça 1

O papel sangra
perfurado pela ponta nanquim de um cometa
mas de vazão pequena
para o que se quer derramar

De destino talvez o lume, o rasgo, o lixo
tudo é tão prefixo
um inócuo sacrifício
relembrando-me de suportar

Morra, através de mim em revelia
descanse na paz das cinzas de quarta
e abrace com firmeza o pior dos demônios
só assim o sonho,
permanecerá em branco

André Café

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