quinta-feira, 21 de julho de 2011

Aos amigos, por serem o que são



Eles não sabem dos meus segredos, mas sabem de quase tudo o que me faz bem. São poucos e grandes.  Estão escondidos por aí ou socorrendo as mãos unidas. Eles percorrem a cidade inteira buscando o encontro do abraço coletivo. Meus amigos ainda brincam de mau-me-quer-e-bem-me-quer;  Ainda sentam-se para tomar chá e descobrir que na minha fala  há um nó que denuncia minha leve tristeza; Ainda apostam de quem é o meu amor  e escondem da mãe o diário de sobrevivência.
Esses amigos nunca perderão o elo de competitividade e excelência em ser o que são:  Minhas verdadeiras fortalezas. Eu não conseguiria me reerguer tão fácil se alguns de vocês não me apoiassem. Eu não seria tão complicada se vocês não me deixassem partir toda vez que eu olho pro alto. Quem vai me dizer se eu desistiria fácil se nossas mãos não grudassem tanto a ponto de acumularem forças?

Não somos daqueles amigos que dizem serem amigos porque fazem tudo juntos. Não!  Nós somos amigos porque nós conseguimos fazer e desfazer todos os planos e  conseguimos mais: Costurar as feridas.  Nunca quis amigos para a vida inteira. Eles nunca duram tanto assim. Meus amigos imaginários ficaram todos lá atrás, na infância. E hoje, não consigo imaginar um amigo... Todos existem em perfeita harmonia para minha plenitude!

Sempre desejei amigos, desses que fazem uma tarefa dupla: Aprendem e Ensinam. Aprendem que as pessoas jogam, mas não ditam as regras, e depois do jogo sujo derramam  lágrimas como se quisessem pedir perdão; Aprendem que cair sozinha não é o mesmo que levantar sozinha. Isso requer prática e segurança em nossas próprias mãos; Aprendem que amigos não são máquinas de fazer sorriso;  Amigos também brigam. Até porque namorados brigam e nem por isso deixam de ser namorados.  Amigos ensinam aos amigos que decepção é uma questão de burrice. Ou sua ou dele. Ensinam que as lágrimas que caem não precisam ser enxutas na mesma hora. Elas precisam terminar sua tarefa para desocupar o peito. Ensinam que a solidão é uma perca de tempo. Ensinam que as pessoas simplesmente não possuem um detector de mentira dentro de si e elas não irão nos avisar de quando mentirão. Ensinam que amigos aprendem com os amigos. 

Existem infinitas definições para a palavra amigo. Todas, menos a de que "amigo que é amigo não machuca". Afinal, se assim fosse, nós seríamos nosso pior inimigo. Conseguimos nos ferir em qualquer deslize. Depois dessa parte, os amigos aparecem... 

Amigos de esconder os segredos, as falhas, as lágrimas, as vitórias. Amigos de devolverem o perdão, a gratidão e a imperfeição. Só os amigos conseguem ter a alma duplificada. E quando isso acontece é porque houve a sintonia, o amor, a dedicação, compreensão tornou-se mútua.


Beijo com delicadeza, meus doces.

(Rosseane Ribeiro)

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