sábado, 30 de julho de 2011
Poesia, rebeldia e uns tragos que não me acalmam
Tu repensa, revisa toda história, atrás de algo
que talvez tenha se perdido bem no meio do furacão
mas nada, se algo se perdeu foi sua vontade de continuar
pra não falar de si que come derrota no café da manhã
Tenta olhar pra cima, mas não consegue e o corpo todo
se derrama pelo banheiro entre tristeza e vômito
nem a cachaça foi capaz de atenuar
e agora cumpade? fazer o que agora?
primeiro, como num lampejo de suspiro
conta as coisas que pode passar pra frente
o que eu posso deixar pro mundo?
eu fui amigo, eu fui fiel, eu lutei pela felicidade
e depois de tudo aqui, assim.
malditas pernas! POR QUE ME TROUXERAM ATÉ AQUI?
um riso culpado no rosto, tal bondade se mostra algoz
só sinto que essa passagem finda
e algo busca fugir deste plano
de braços abertos
de olhos abertos
de corpo aberto
de coração despedaçado
o ensaio do vôo sem volta
depois silêncio ...
(André Café)
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