segunda-feira, 11 de julho de 2011

Dissipar





Era ainda um misto de sol brando com o escurecer quando ela me liga.
No peito, embora jazida, insistia um resquício de vontade, esperança
e alguma coisa a mais, em reviver, retomar aquilo que ainda fazia sentido
dava pra sentir, era perceptível aos olhos quando a ligação era dela
o coração quem nem pipoca, a emoção controlada pra poder ouvir e falar


(...)


Eis que a despretensiosa ligação, toma rumos de tempestades
do caos ao caminho das ruínas, sucumbia, derrotava-se o amor
e mesmo ao dizer de tudo o que sinto e que cansado estava
de todas as pessoas acharem por mim, o que era melhor para mim
ela reiterava essa postura, conduzia a sua jornada pra longe
distante eu já estava da consciência e aquilo tudo guardado, quimera
era ao fim, o próprio desfecho, sem defesa, nem argumento
já estava requentado e embalado pra uso; use: desuso


(...)


E terminada a ligação, o peito não compreendia bem o que aconteceu
a maldita razão porém, relutava e repetia as palavras devastadoras
devoradoras de sonhos, sem preocupação ou clemência
obliterava-se um caminho construído, tolhido pelo desprezo
apenas a vontade de reverter tudo; contudo, o dever de compreender
resguardar o grito da incapacidade, vê-la partir ...
e segue a história e seus atos, consumados somos energia
que se dissipa junto com o que mais almejamos




(André Café)

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