sonhei que falava em sete línguas,
sete profecias para o mundo
de sete países distantes
que estavam em conflito interno
palavras cortavam como espadas
os peitos sangravam e alegravam-se
mostravam grande interesse
em acabar com os conflitos
e viverem uma vida de paz
porém,
moscas sobrevoaram com ar de soberba
reinando sobre a enorme podridão
que habitava o teatro dos palhaços
tudo que era semente de felicidade
floresceu caos transtornado em ódio e desprezo
as palavras da profecia que trouxeram a promessa
foram ignoradas pelos camponeses
que pastam com os urubus procurando alimento
as sete línguas dissolviam-se em minha boca
escorrendo com as cores da bandeira de cada país
cores resumidas a uma só: sangue
velhos homens tornando-se criança em grande pranto
sonhos jogados nas valas junto com os cadáveres
que apodreciam ao sol de meio dia
evaporando criando nuvens de lágrimas
que fizeram transbordar os oceanos mundo a dentro!
olhos cegos, falsidade, mudos, invisíveis e incompreensíveis!
acordei
(Marcos Foyce)
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