quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Em movimento



Proveniente de algum lugar distante do brasil
Derivações de tua inocente queixa juvenil
Culmina me localizar num instante, arfante
A comunicar seus sonhos, momento marcante

A desejar ganhar o mundo nessa hora
Sair de casa, largar mãe, mais que sem demora
A vida é uma barra, suportar mil barras
Modelo assujeitada, passarelas de amarras

Visa libertar-se de uma fala maniqueísta
Garota menina em manifestações se afina
Com seus escritos encanta, fascina, alucina
Transforma a ti e a mim no mesmo ato

De inteligência sutil e sempre inesperada
Na parada não, ficas sempre em movimento
Concepção de mundo, real, grande tormento
Crítica, analítica, perguntas “que vida é essa”?

Da maçã rubra fixada, envoltório do rosto
Luz que irradia forte como sol de agosto
Traço sereno, infantil, doce em metamorfose
Como a gentil borboleta pousada no livro

Me relatas que pareço ser tão envolvente
Desígnios e sutilezas das usadas palavras
Uma contenção, a cercear certos avanços
Mantida em tela, intuitivamente alinhavas

Alderon Marques

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