sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Ciranda de Zumbi


Saem dos esgotos

lixam-se pés descalços no asfalto

são forças malígnas fazendo assalto?

e essa praga a procriar?

é maldição a se espalhar

usando de tudo da fertilidade

da terra farta em insanidade


Beldade, verdade, maldade

pequenas criaturas sem fé

de mesa em mesa mordendo seu pé

- e ai tio, como é?

é pra eu me alimentar

pra cara secura disfarçar

a terra seca quer me sugar


Zumbizando pela contramão

britadeiras mortas da escuridão

quero cigarro, come traça

nas beira de esquina

- cadê a cachaça?

só não tem brinquedo por aqui

não sou adulto, cresci zumbi

Sou seu futuro desordenado

por seu orgulho petrificado

'de uma vida tão desgraçada

não tendo teto, não tendo nada'


POU POU POU! assim se escreve o fim


(MarcoFoyce)

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