quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Nu artístico


Nu, num é nu por si
nu até vestido vale
no rasgo do vestido encarnado
sob a linha de pelos estremecidos
mas ainda assim escondidos
em mil e duas calcinhas rendadas

Há quem nem calcinha tire
pois tem nu que nem precisa
há dente que deixa o corpo nu
e mordida que nu arrepia - e fica quente

E o nu que se encerra na vergonha?
de joelhos, reza a lenda, por pureza
que esconde a libido flamejante
sob o fio ácido da lascívia
e morde de novo o nu rasgado

Nu que é nu se entende
nu se faz, nu até machuca
-Fiquemos pelados na revolução!
embebeda-te de ferormônios
de nudez grudada em corpos sem roupa
suga, sorve, chupa, morde e infesta
testa, seja na tez ou mesmo em sonho
mas fica despido, tingido e cravado no teu sexo,
do complexo uivante ao suor por baixo das vestes,
rasga a pele e nudifica-te até a alma
e acalma com gozo, nervoso e trêmulo

Eu nu fico
entro no teu corpo
e assim, me dignifico.

(Laelia Carvalhedo e André Café)

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