quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Busca



Nunca poderia ter-me habituado a beijos
que não fossem dos teus lábios.
Não poderia deixar de ansiar
pelos teus braços, quando
outros braços me estreitavam.

Nunca poderia ter amado outros olhos
que não os teus.
Nunca os seus sexos fizeram
que o meu parasse de latejar com
a fúria que é nunca ter o orgasmo
que só tu me podes dar.

Nunca poderia ter desejado palavras
que não fosses tu a proferir.
Em todos os semblantes procurava
os contornos que saberia que o teu rosto
teria de tanto o sonhar e desenhar
à noite, no frio do meu quarto.

Em todas as almas procurei pedaços
da tua, em todos os beijos o teu sabor,
em todos os sonhos a tua luz.

Nunca poderia ter cessado a minha busca
antes que chegasses.
E agora que te tenho
o tempo não me chega para te amar.

(Deyne Caroline)

Um comentário:

  1. "...Nunca os seus sexos fizeram
    que o meu parasse de latejar com
    a fúria que é nunca ter o orgasmo..." bom, mt bom Deyne, essas nossas fúrias, orgasmos, vida a dois sempre difícil, medos e contrastes a nos mostrar e desmistificar desejos e a dignificar nossa estranheza sóbria! conheçamos então os corpos como dois e um, como terra a se misturar com o vento e deixemos então eles irem a flutuar em libido!

    mt interessante sua poesia!

    eu tbm escrevo:http://frestasearestaspoeticas.blogspot.com/

    me visita tbm!

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