segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Indignados



Logo no primeiro dia
Já nos chamaram de vândalos, delinqüentes juvenis
No segundo,
Eu já via nossos rostos expostos e seus perfis
Todos à venda nas banquinhas de jornais
E eu ainda esperava mais.
Não demorou muito ate chagar
Chutes, balas, bombas e spray
Eles diziam que não dava para matar
Mais que se preciso fosse não iriam amenizar
Espalharam seus corpos pela avenida
Impedido os nossos de caminhar.
O que fizemos? Todos chamaram de indignação popular!
Já era o quarto dia consecutivo
O cansaço deveria existir
Mas a vontade de mudar, o fez acometido
De fazer qualquer bobagem.
Passamos por asfaltos, pontes e ferragens
Nada mais perecia segurar.
Eram 30 mil em fúria.
Nômades, pulando de lugar em lugar!
Eles, os grandalhões,
Diziam ser impossível e inútil aquilo tudo
Nossa resposta foi a desobediência, o fogo, a rebeldia
Não adiantava mais acordo ou qualquer coisa que dizia
Ou revogava e voltava atrás.
Ou o grandalhão-mor caia.
Já era o fim da semana
A rotina da cidade foi toda mudada
Ninguém mais passava pela principal
As secundarias agora eram a porta de entrada.
Agora, para eles, sem duvidas éramos vândalos e bandidos
O batalhão, as armas e espadas a nos foram apontados
A eles demos flores, com os punhos desarmados.
A quem dizia ser impossível a vitoria
O povo nas ruas mostrou que tem poder
Fizemos ele engolir essa derrota
Fizemos o estado e o país inteiro ver.
A indignação fez seu papel
Cumpriu nas ruas a sina de nosso povo
Lutar, resistir, vencer! E lutar de novo!

Se lutar por seus direitos é sinônimo de vandalismo e delinquência. Então, podem me chamar de vândalo.


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