quinta-feira, 3 de março de 2011
Com os amigos
Essa tarde macia que me embebeda sobre a mesa
suga a alma das coisas, inclusive das minhas vontades
como num trago onde a névoa produzida é o acalmar
num sopro bem friozinho, aquece o desejo de se perder
pelas mesas e bares, outroras tão distantes ao meus olhos
que volta de repente a participar da fanfarra e orgia
que belo será, como se fossemos ao encontro do raiar o dia
consome a mim, todas as minhas permissões e calamidades
águas de tacho, melinificadas prum doce imergir
pela garganta deliciosa desce cana caiana azul
maestrando os passos e descalços lado a lado
em torno da ciranda sobre a luz de sorrisos e beijos
não é nada, não há nada que rompa o grito feliz do instante
que se eterniza pois constará nos autos da loucura
e como é bom o perder sentidos e libidos
num desopilado e afável prazer lacinante
(André Café)
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Nietzsche dizia que o mundo é um imenso pântano e que a arte é a orquídea colorida e bela que nasce no alto da árvore podre.
ResponderExcluirDigo então que BLOGS DE POESIA SÃO ORQUÍDEAS NO PÂNTANO DA WEB.
Convido a ler poesia da minha autoria, escrita ontem 05/03/2011. Se gostar comente e divulgue:
http://valdecyalves.blogspot.com/2011/03/canto-vida-peregrina.html