sábado, 12 de março de 2011

Olhos, rugas e sorrisos em falta




O coração não sangra. Os olhos não brilham. Novamente me vem aquela sensação de vazio... uma sensação de que eu nunca mais sentirei nada. A boca está seca, os olhos estão fixos nessa tela cheia de imagens, letras e cores. Simplesmente nada acontece. Talvez eu tenha sentido muitas coisas ao mesmo tempo e tudo isso foi me sufocando, sufocando até que a bomba explodiu e se tornou um silêncio profundo. Nada se ouve... é como se o barulho do vento invadisse o meu ser. Eu posso ver o banco, o poste aceso, a árvore sem folhas, o vento tocando a sua marcha fúnebre e o vazio, o simples vazio dominando o todo. Os elementos certos para a cena perfeita no filme do meu estômago chamado coração. Se eu disser que o pulso ainda pulsa... estarei contando uma das minhas maiores e verdadeiras mentiras... O pulso não pulsa, ele está congelado. Os meus glóbulos vermelhos estão no meio de um congestionamento, cada um ali, sem poder se mover... e eu lamento informar, mas não há previsão alguma de quando isso irá passar. Não sei... Talvez eu deva mesmo parar de passar noites e noites me drogando com incensos ao som de Beethoven. Talvez eu deva sair correndo por aí ou até mesmo levar o meu cachorro para passear. São tantas opções que as próprias opções acabam me sufocando e me fazendo ficar aqui, bem aqui. Sem vontade alguma de me mover um centimetro sequer. Mas... é como aquela frase que você sempre usa... “ Você verá de novo, novos olhos brilhantes “... Certo

(Lana Cristina)

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