Teve um tempo que eu saia correndo para buscar alguém. Teve outro tempo enlouquecido querendo ninguém já que não sabia quem. Até que deixei uns tempos de lado, evitei os relógios e os calendários... Deixei todos sem serem (a)notados. Só para não ter o sofrimento um espaço de tempo, ausência de quem não tive momentos. Tinha uns tempos que sempre tinha alguém, e que tal alguém não sabia de mim... Qual dor, que cor, qual gosto, que vento, com ou sem condimento.
Ficava assim: um tempo querendo unir dois tempos que não tinha os mesmos ritmos de dançarem nas horas sem fim. Pensava, acuava, cansava... Será que meu relógio estava parado, quebrado, perdido em algum tempo do passado ou já estava tão cativo em um futuro ainda aguardado?
Não sinto que meus tempos eram egoístas, talvez liberais. Indivisíveis? Não, talvez, largados demais. Por que não aceitar que apenas não era o meu tempo de ter temperos concentrados com os tempos que me foram temporais? Temporais de várias as formas de ser, temporais de ser um tempo mesmo, e temporais de serem tão grandiosas tempestades de sentimentos. Cada tempo que foi do meu tempo aproveitei as temporadas do mais sincero (des)conhecimento.
O meu tempo na verdade era um tempo excêntrico, louco, solto, todo torto... Com badaladas nas horas certas de umas ocasiões erradas, de horas erradas de umas ocasiões certas. E de badaladas... Badaladas? Haviam badaladas, toques, qualquer que fosse o desenho do meu relógio... Tinha hora que eu nem escutava. Fingia? Não, ainda não sou de correr apavorada. Eu ficava, e o meu tempo todo “desminutado”... Não que meu tempo era malvado, não que ele gostasse de fazer outros tempos chorarem por seus segundos não valorizados. Era só um tempo que junto com outro não teve seus momentos... Um tempo que não foi marcado, nem desmarcado... Só não foi... Não foi... É, não foi.
Como falar mais desses tempos? Não sei, eles eram uns tempos moderninhos, todo metidinho ao século XXV, ou não. Um tipo de: meu tempo está com o seu, mas seu tempo está livre; seu tempo fica com o meu, mas não cobre nada. Não cobre, não ouro, não prata. Sempre preferi livros, artesanato e sandálias sem salto.
E assim meu tempo encontrou um tempo pra acompanhar os tempos e o decorrer das horas. Foi um tempo todo inesperado que achou dois tempos distantes, mas que ajusta os nossos ponteiros para que possamos ser felizes em tempos certos. Esse tempo... Tão amigo esse meu atravessado tempo que me fez esperar, e como fez. Porém no fim,... Não, não vamos chegar ao fim. Nada de fins, fins são ruins... Depois que eu ofertei um tempo para o meu tempo descansar. Ele me agradeceu: com poesias, pulseiras e uma havaianas preta.
Sempre, em cada um de nós, vai haver um tempo, dois tempos; grandes e pequenos, loucos e pacatos tempos... Uns tempos que cada tempo vai achar o seu tempo e ser feliz. Os tempos não gostam de serem presos, nem culpados, nem mal-interpretados... Eles gostam de ficar soltos e voar com vento, com os pássaros, com vários amores para poder achar que tempo é o seu tempo. Por isso, haja tempo.
(Carpaso)
Nenhum comentário:
Postar um comentário