sexta-feira, 8 de julho de 2011
Ventila- a-dor.
Sfuuuuu...fuuuuuuuuuuu.
Empurrei o ar e virou vento.
Vento foi e levou passados. Paaassados...Passados...Passou!
Vento chegou no presente que vira passado amanhã;
Chegou no amanhã que virou ontem.
Ontem eu vi o orvalho.
Hoje, meus olhos são falsos no orvalho do dia anterior.
Eu narro o falso que já foi verdadeiro.
Somos memórias.
Eu falo por alguns.
Ei, não posso falar por outrém.
Eu é que sou memória.
Vi agora um beija-flor beijando, desesperadamente, a flor vermelha.
Você lê uma mentira.
O ar ventilado, ventilado, entilado, tilado, lado, do, o passado, passooou!
Passou é pretérito perfeito.
O pretérito é imperfeito.
É presente, é ausente.
É nada e tudo.
Vazio e cheio também.
É suporte e desabamento.
O passado passa, o presente e o futuro também.
Presente não passa e não volta.
Futuro não chega. Passado chega.
Passado foi e vai.
Igual ao ar que faz e fez: sfffuuuuu!!!
(Tassi)
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