Nos longínquos
confins do dedilhar te encontrei
O começo do
desvendar das peripécias, vida digital
Sem nenhuma
pretensão levemente troquei palavras
Saber que
trouxeste um bem assim como um mal
Isso
mitifica uma virada significativa, não pensada
Essa
inovação a comunicar mil coisas com rapidez
Bela
juventude inquieta a me trespassar talvez
Nominação
desejante, obtusa como antes nada
As palavras
marcantemente tem sexo, não em prosa
Também em
poesia para além do que diz a canção
Elementos
narcisistas num primeiro contato
Amadureces e
desenvolves um nobre coração
Adolescente
preocupado com o exterior, se perde
Adulto
investigador do interior, então se encontra
E nesse
intenso processo seu eu monta e desmonta
Pós-metamorfose
um emergir austero e seguro
E por
enormes apuros, turvos, passastes à beça
Com que
facilidade mete-se em enrascadas mil
Consegues
assaltar a própria condição humana
De nunca
completar serenamente o que começa
Viver e
crescer implica em muitas mudanças
Ambientes,
idas e vindas, pessoas a conhecer
Dificuldades,
lágrimas tantas a enfrentar
Mas te
sustento pelas palavras e suas nuanças
A distância
nunca foi o teu maior problema
Pois na
atualidade recursos diversos só aproximam
Que nada
impede do sinal de fumaça que alucina
Às nossas
vidas inextricavelmente transformar
Somos
marcados de forma imprevisível pelos outros
Disso não dá
nem para aquilatar, menos ainda não notar
A base que
compõe a existência, ainda está aí?
(Alderon Marques)
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