segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Mudanças mil



Nos longínquos confins do dedilhar te encontrei
O começo do desvendar das peripécias, vida digital
Sem nenhuma pretensão levemente troquei palavras
Saber que trouxeste um bem assim como um mal

Isso mitifica uma virada significativa, não pensada
Essa inovação a comunicar mil coisas com rapidez
Bela juventude inquieta a me trespassar talvez
Nominação desejante, obtusa como antes nada

As palavras marcantemente tem sexo, não em prosa
Também em poesia para além do que diz a canção
Elementos narcisistas num primeiro contato
Amadureces e desenvolves um nobre coração

Adolescente preocupado com o exterior, se perde
Adulto investigador do interior, então se encontra
E nesse intenso processo seu eu monta e desmonta
Pós-metamorfose um emergir austero e seguro

E por enormes apuros, turvos, passastes à beça
Com que facilidade mete-se em enrascadas mil
Consegues assaltar a própria condição humana
De nunca completar serenamente o que começa

Viver e crescer implica em muitas mudanças
Ambientes, idas e vindas, pessoas a conhecer
Dificuldades, lágrimas tantas a enfrentar
Mas te sustento pelas palavras e suas nuanças

A distância nunca foi o teu maior problema
Pois na atualidade recursos diversos só aproximam
Que nada impede do sinal de fumaça que alucina
Às nossas vidas inextricavelmente transformar

Somos marcados de forma imprevisível pelos outros
Disso não dá nem para aquilatar, menos ainda não notar
A base que compõe a existência, ainda está aí?

(Alderon Marques)

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