sexta-feira, 17 de junho de 2016

Pleura peculiar, poesia paulatina aprisionada

“Les Masochistes” by the Magnificent Roland Topor

Posso ou passo, peço permissão?
Mas, me permite a possibilidade de pedir perdão,
aos poucos pares de ímpares perfeições.

Meu risco danado da escrita imperfeiçoou
a derradeira tentativa de trazer o verso puro,
escuro, turvo, buraco-negro do etéreo

Ah, poesia que escapole da minha cognição,
me faz engolir minha audácia, me cala
me santifica e me permite praguejar: perdão

Pau e pedra pelo crime, paladar silenciado,
pra poder pirar no prumo da peleja poética,
a ética não pondera qualquer palavrão

Palavrinha, palavreado dado, cadeado,
quieta sublime insistência poesia,
talvez num próximo dia,
a gente possa papear um bocado

André Café

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