terça-feira, 6 de setembro de 2011
amor, estranho amor.
Se me queres só uma, multidão
Se me queres contida, palavrão
Se me queres artista, do povão
Se me queres leveza, imensidão
Se me pedes amor, complicação
Se me pedes afago, sou tesão
Se me pedes loucura, sou razão
Se me pedes presença, ilusão
Ela te dava flores e perfumes
cartas, bilhetes, essas coisas de mulher
Ela era amor, tango e bolero
a perfeita, a eleita, o bom café
Ao contrário, sou brigas e trovões
O inferno em forma de mulher
o rancor, os espinhos e facões
o defeito, a desfeita, a marcha ré
E das duas, que é que te esquenta?
Das mulheres, quem foi que escolheu?
Dessas muitas, quem te deixa inquieto?
é errado, é insano, mas sou eu.
(Fernanda Costa)
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