domingo, 4 de setembro de 2011

AMOR NO ATO




Era para ser só um amor de primavera. Primitivo ao estado das coisas e flores que se viam nas ruas. Ponto. O problema foi do embaraço que me trouxe a dúvida. Que me perseguiu por muitos anos de primaveras reprimidas. Tudo pronto par explodir. No boom dos olhares que nos observavam.
Calma. Foi o que me disse. Como num alívio, recuei a tal repreensão (ou insatisfação?). Eu mesma. Eu mesma ali sem resposta para nada. Como se a língua tivesse sido tolhida a teu sinal.
Eram os dedos? Que tremiam... em uma contagem regressiva. E faziam de mim um instante de completa ignorância. Sem ter mais o que fazer. Como fazer. E deitar-me no chão como se fosse a opção escolhida. CALMA. Outra vez, agora mais claro. Peguei o “si” que ainda sobrava de mim e guardei no bolso como se fosse a ultima parte de nós.
Adentrei por entre caminhos rarefeitos. Quase a me sufocar. Só para saber se o “si”, o cair em si, era suficiente.
Me perguntei. O que foi mesmo que você falou que calou todas as minhas células?
Era primavera. E eu buscando o inferno que poderia haver por entres as rosas. Eu finalmente explodi? Foram as larvas minhas vestes por este tempo? Ou as cinzas a escorrer em meu corpo? Porque assim. Dessa forma: na iminência de mais oxigênio. Pareço refém da menor partícula que respiro.
E isso passa? Pergunto a esse desejo. Caliente demais para posicionar-se. No desconforto do milionésimo ato, permanece em mim aquela primeira imagem. Teus olhos me pedindo calma, e teus lábios tentando me acalmar.
Eu não vim aqui para falar de amor. Foi o que você me disse. Eu ainda insólita. Tentei burlar minha escuta. Encaixando esse  quebra-cabeças que se formava em um universo só meu.
Essa era bem eu. Tentando ser uma oura que nunca imaginara. Guardaria esse outro para uma próxima primavera.
 Não era eu em chamas.

L.D

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