segunda-feira, 3 de outubro de 2011
As palavras e o poeta
Uma palavra apenas é o estopim
Para que a inspiração venha a mim
E uma pequena composição surja
De uma simples inicial garatuja
Uma cadeia alinhavada se estrutura
Sem nenhuma pretensão consciente
É estonteante como tem vida própria
Do ser do poeta elas o conduzem
A registros nunca antes aventados
Surpreendentes tracejados a me dizer
A nada dizer para além do dito
Transforma o maldito noutra coisa
A aliviar essa alma, ser monturo
Que sofre, ama, grita, convulsiona
O real lhe angustia de forma tamanha
Somente a criativa idade descortina
Daquilo que é possível desentrançar
E-ditas novas possibilidades almejar
(Alderon Marques)
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