segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Boneca de lata



Há muito tempo sedenta
A pobre boneca de lata
Que vê sua irmã vegetar desde 1950
Dia apos dia sua liberdade retarda

Há muito tempo calada
A pobre boneca de lata
Vê o presente passando como os ventos de nevada
Baixa a cabeça, por não poder dizer nada.

Ha muito tempo esquecida
A pobre boneca de lata
Tentando talvez tampar a ferida
Remenda como pode o mal-feito estampado.

Há muito deitada
A Pobre boneca de lata
Em sua cama de chumbo e prata
Sonha com um futuro melhor

Há muito tempo enlouquecida
A pobre boneca de lata
Deixa de lado a sensatez fingida
E grita aos quatro ventos a voz do Povo.

Há muito tempo sozinha
A pobre boneca de lata
Que não é bruxa, nem tem varinha
É agredida, reprimida e humilhada.

Há muito tempo esperando a sua mão
A pobre boneca de lata,
Quer lutar pela democratização.
Estufa o peito, arde a alma, é do povo, é popular!

Senhoras e senhores, alguém quer uma boneca de lata!?

(Luam Matheus)

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