terça-feira, 25 de setembro de 2012

Apocalypse now



A morte vem chegando sob a forma
De gigantes libélulas de aço
Pelo sangrento céu do fim de tarde
Que o sol banhava em chamas – um presságio.

O olhar maravilhado acompanhava
A marcha de anjos negros que emergia
Por trás dos arvoredos prometidos
Às cinzas de crianças e de casas.

E as bocas de silêncio se espantavam
E as mãos faziam gestos ilegíveis
No instante em que do céu se desprendiam
Estrelas furiosas, vespertinas...

As pernas nunca foram tão inúteis
E as preces nunca foram tão sinceras
Mas breves como a dor maior que existe
Que Deus, por ser tão surdo, não ouvia.

Igor Roosevelt

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