quarta-feira, 22 de maio de 2013

Parcelas suspensas no mundo do Ar: Natureza; efemeridade mórbida


Um mar que anuncia
das pontas dos dedos
ao cúmulo do caos:
tem pôr-do-sol ainda

Arde a pele pelo multicolor brio
ferve a mente entre maresia e lucidez
espuma-se o peito, no âmago do surtir
devorada luminescência derradeira

Um olha de distante foco
o desfocado destaque perdido
um pensamento que vai longe
e retorna o mesmo que nunca

A areia não consome as dores
não há miras que migram para o horizonte
o sempre mudo som berrante
das ondas caiadas em seu destino

Segue o mar e a esperança
nas bordas da luz, jaz o visor
amargos, saliva e ventre, defronte o infinito
do rito de natureza fria, servida em rancor

André Café

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