terça-feira, 15 de maio de 2012

Caçoada iletragnorante

Meu panfleto é esse: Caçoada iletragnorante

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A camisa de força na vitrine;
(o carro de mídia o anuncia)
a mordaça, na tinta de uma lei;
sem senso algum.

A camisa de farsa no corpo;
(um costume mo silencia)
a censura, na força de uma expressão;
sem aviso nem um.

Nossa ciência se inclina a progredir pelo bem.
Imposta. (Ou disposta.)
Outra ciência, a transgredir para o mal.
Nefasta. (Ou modesta.)

Estranho estado este de ser humano.
Sem ser gente.
Em que palavras assinadas e firmadas ferem e matam.
Em que vontades aprovadas e afirmadas olvidam e faltam.

(* * *)

Poesia é quando não se aguenta e se inflama a alma do povo.
Poema é quando não se contenta e se consuma o espírito da época.
Rima, teimo e caçoo, é quando a filosofia do tempo e arte do lugar
se transcrevem em uma linguagem. (Será Arte? Serão artes?)

Mudando para a Prosa, a arquitetura do pensar se faz outra;
mas a intenção e a forma também inscrevem
razão,
sentimento,
dom,
e invenção:
com outra estilística.
(A do texto e ponto corridos,
conforme os primários ditados!)

(* * *)

Uma loja se chama poesia,
o mercado é poema,
e a economia é prosa:

(a rima poderia ser o marketing:
subliminar ou sobreliminar)

a singela tríade (ou quadra)
e hoje assim travestidas estão,
neste mero exemplo.

E a política?
Que seria esta?
Qual linguagem?

(Alguém arriscaria e diria.)
O teatro, mais especificamente a farsa;
mas não uma que se vista,
uma que se viva.

Até virar comédia, tragédia, drama
ou adaptação outra.
Sempre em cartaz...
sempre.

ou não?!

?!.

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[De: João Paulo S. Mourão # THE (PI), 04~15/05/2012
Para: Sociedade dos Poetas Porvir]

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