O Branco e o Preto

Eu tenho uma caixa de lápis de cor, nas minhas mãos.

Todas as cores primárias e secundárias...

Poderia escrever tantos versos ou poemas, mas a minha alma insiste em pegar o lápis branco, para escrever numa folha de papel branca ou um lápis preto, numa folha de papel preta.

Sinto um vazio. Um vazio inexplicável.

Tenho uma aquarela nas minhas mãos.

Assim, como a caixa de lápis de cor, possui numerosas tonalidades...

Poderia pegar uma folha de papel e pintar o belo, mas meu coração teima em pegar o pincel e molhar na tinta branca, no papel branco ou molhar na tinta preta, para demonstrar meus sentimentos, na folha de papel preta.

Não há sentimentos para serem escritos ou pintados...

Minha mente está vazia, sem cor...

Meu lado poeta e artístico está no período de latência.

Após turbilhões de pensamentos e atitudes resolvi aguardar.

O vento está batendo na minha face e fico inerte com este sentimento.

Não há cor e nem escuridão...

Não há alegria, muito menos tristeza...

Há apenas ausência de cor ou a união de todas as cores: o branco e o preto.

Não há pressa...

Só quero sentir o vento batendo na minha face e esperar as cores surgirem naturalmente, sem apressar o Universo.

AAmato