terça-feira, 29 de maio de 2012

Concreto 3


O meu peito livre arbítrio
revogando o discreto
meu sibilo é apito
pra assustar o maldito
que eleva o concreto

Coração está sucinto
no amor que está disperto
mas poema é recinto
faz tristeza, eu não minto
pranto é destino certo

revelia de granito
por um pouco de afeto
no sufoco do que é dito
refazendo-se no pito
veio a origem do concreto

teu torpor é infinito
mas saída está por perto
não se crê mas neste mito
iluminado veredicto
do poeta não completo

André Café

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