segunda-feira, 3 de dezembro de 2012
Catavento
Roda catavento, gira pensamento
leva de mim estas pequenas pérolas de inválidas tristezas
me senti pertencente ao mundo, mas ao léu de tudo
era meu norte de conforto, um porto ao acaso
no meu mar de solidão
roda, faz vento acontecer, pra renascer em mim o riso perdido entre monções
e canções de amor
roda e vira o vento de popa a proa
espanta os sopros de tempestades dos olhos meus
estas nuvens dissolvem e sorvem os amores esquecidos
perdidos e negligentes das horas de aflição, são tantos os sonhos das iris castanhas dos teus olhos
que devolvendo de sorrisos a morte do dia
brinda-me com a noites envolta de estrelas
mil, milhares, milhões
todas frágeis e inseguras por estarem anos luz do amor que almejam
gira, mesmo que reverta o fluxo sanguíneo, se for esse o desalinho, pode rodopiar, talvez assim o ar chegue mais forte em meu ser, talvez me transmute, me transforme e me chacoalhe para outros rumos e desafios, há fios de saudade, mas também de esperança, é nessa dança ou nessa trança que eu quero flutuar, esteja aqui ou em qualquer lugar, faça-se explosão, faça-se quimera, vem me destoar propositalmente, roda, gira, infesta-me
rodopia os ares e reinventa os mares
de outrora, aurora dos meus dias as vidas
renova e toca os caminhos para um horizonte pleno, repleto de flores primaveris
porque o frio do inverno já congelou minhas veredas,
sopra vento novo, solstício entrai e libertai os portões enferrujados do coração
e gira e liberta e encantas e fascina
Nynna Zamboti e André Café
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