terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Amanhecer branco



Jaz o sentido, a prece, o sonho
Jaz a tentativa, o irrefutável silêncio
do porão escuro do medo

Jaz a alma, já cansada
jaz a arma, já armada

destes testes, deste sonho
impalpável
de arranha-céu

Que é do teu corpo que se fazem prédios
Que é do teu amor vermelho que se tingem os céus

no silêncio destas catedrais, silencia
do aço destes teus punais, apaga tuas digitais
e alivia

só o tato resta,
contornando nossa última prece
e o sorriso breve
que ecoa de Auschwitz
e desbrava minha branca lucidez

Débora Regina Marques Barbosa e Manoel Guedes de Almeida

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