quarta-feira, 26 de dezembro de 2012
Cosmogonia de Giudecca II
Frio. Tão forte quanto o bloco de gelo em meu peito.
Sangue, que irriga a face, nascido no fio do frio giudeccano
Púrpuro pranto de arrependimentos tardios
Frio. E nada além. Mesmo o réquiem soa gélido, mas morno que o gelo
mas quente que o tempo que não mais desafio.
Súbito pensar que causa arrepio
Frio. Intacto. Devastador sentido de não sentido no leito
a face escancara carranca de caos profano
Tácito olhar que o destino previu.
André Café
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