quinta-feira, 27 de dezembro de 2012
Natal Assuntado
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Assuntar comporta mergulhar no amor do outro, sem se deixar contagiar de sua manifestação particular dele;
É sentir como o outro sente o amor que é seu, por aquilo que lhe faz amar;
É reconhecer porque o outro ama e, especialmente, como ama e os fundamentos da expressão de seu amor;
Comporta cuidar do seu amor particular e universal, do outro, com o saber cuidar que é, também, de seu particular do outro;
Suporta cuidar do amor do outro, sob o fundamento do outro e o cuidado que lhe é singular; que é de sua identidade, sem fundir-se nem confundir-se com o outro.
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Assuntar é encostar-se no ódio do outro, sem nutri-lo nem amenizá-lo;
É compreender as vibrações que enraízam no ódio do outro e as dimensões em que se realizam;
É reconhecer a causa que ativa seu ódio dele e o torna irreconhecível à rasa racionalidade humana;
É reconhecer, sob o fundamento do outro, o que lhe conforta e lhe ameniza o ódio que lhe acomete;
É pensar, sentir e auscultar o ódio do outro como se fosse ele mesmo em atividade de assuntar-se assuntando-se, em pura conjugação reflexiva e empática.
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SOUSA, Áureo João de. O ASSUNTADOR. Teresina, 2010.
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