domingo, 3 de fevereiro de 2013

O Império da Misantropia por incômodos estapafúrdios


E ele surge, desviscerando-se do pedaço mais profundo do trato intestinal
não poderia nascer de outra forma; e vem ao mundo de pé, ardilosamente de pé
mas não se sustenta sozinho, como parasita de natureza, necessita de sangue
então, é esquartejado e jogado a sorte do céu, impregnando-se na essência de qualquer um que passa
e toma forma e deforma; cresce, mas não se nutre
quem se alimenta de seus serviços é na verdade seu hospedeiro matriz
que se sente feliz, riso roto no rosto, pois felicidade incomoda
lhe incomoda o modo de andar, o olhar e o luar
as ruas cheias de carnaval, as ruas cheias de protesto, as ruas cheias de vazio
lhe incomoda, lhe dilacera o sorriso, dentes brancos, amarelos, sem dentes em arco labial
há incômodos necessários? certamente. há incômodos medianos? do que se trata? há incômodos estapafúrdios? saia daqui!!
eu, meu instinto incomodado, meu lidar com incômodos, meu incômodo por incomodados inférteis
incômodo pois, misantropo também sou

André Café


O IMPÉRIO DA MISANTROPIA POR VONTADES ESTAPAFÚRDIAS

Ode ao hominídeo milenar, em sua cronologia de ascensão e queda
que me tragam o mais purificado vinho, num brinde ao por vir irreversível
Ora, humanidade, onde estão seus culhões agora? Se assim fizeram, o óleo fervente da fornalha não lhes parece quase o Éden?
Tuas vontades, ganâncias, por objetivos claros ou escusos, tua sedenta fome que arrebatava tua existência
Passaram-se tempos e corpos humanos, sob seus pés, sob a égide de morais e éticas supérfluas; sobre a saliva amarga estavam  os mirantes olhares para inócuos tesouros
Tuas vontades. E aqui chegou. E queres sucumbir se teus percalços louvados encarregaram-se de trazê-los até aqui?  Imundo, é teu pranto e sórdido será o que te espera.
E não me fale de misantropia. Estou a revelia da minha condição abjeta e carnal. Se sou anjo ou demônio pouco importa, mas não imputo a mim relevância por ser uma espécie que se racionaliza para justificar soberbos desejos de sangue. Agora é o teu sangue que será bebido. E não importa qualquer carnificina. O Château Lafite Rothschild 1787 me acompanhará suavemente na Ópera dos teus gritos.

Duque de Copas no caminho de Epizêuxis Semântica



O IMPÉRIO DA MISANTROPIA POR INCAPACIDADES ESTAPAFÚRDIAS

Enquanto um maior número de almas sucumbem no mesmo equívoco, ponho-me a refletir sobre os mesmos paradigmas que cá me trouxeram. Não ouço os gritos, mas eles existem; vejo a fumaça fúnebre ao longe, mas minha problemática insiste em me conduzir para meu íntimo sensorial. É bem verdade que os atos levam a consequências de acordo com o que se compreende como moralidade em determinado tempo. Mas isso substancialmente vai contra ao número mais absurdo de novos Cocytianos. Há de se refletir, pois está capacidade é de sabença e naturalidade humana. Mas o que conjuram? O que se diz e o que se faz sobre convívio? Observo no não espaço e no não tempo as distinções daquilo que se sabe e daquilo que se faz; daquilo que não se sabe e daquilo que não se faz; e das variações possíveis nestas assertivas. Mas, a incapacidade de retroação é magnânima. A verdade não é o que não se sabe, mas sim o que se sabe, embora não há certeza elucidativa completa, mas a incapacidade se desmonta e remonta vontades e incômodos. És dona do próprio destino humanidade. Se veio até aqui, procurou rotas de como chegar. Mas outras rotas eram possíveis. Atingíveis e passíveis de construção.

Sócrates jogando poker em Cocytus com Satan

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