quarta-feira, 9 de outubro de 2013

Nas asas de um Louva-a-deus


Cata-ventos roubam sonhos
pelo vento já se foi
um e dois e tantos tempos
despedaços desse fim

Caçam as mais belas cores
no alado risco de borboletas
enquanto meu gosto turvo
se eleva no voo grená

Alcance-me meu louva-a-deus
atira em mim aquilo que a relutância ignora
me banha num sopro bem morninho
um e dois e tantos mansinho

Mosaicado, desconexo,
o inverso na rima dissonante
vento leva e convexo
conclusiva e conflitante

André Café

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