Quem és tu, intruso? Que adentra a minha casa
Sem bater a porta ou se importar em me chamar,
Nem apertar campainha ou pedir permissão
Pra se intrometer e atrapalhar minha vida
Atrasando a minha ida e me trazendo de volta
Me tomando pela mão, trocando olhares e beijos
Me tratando com tanto tato, tocando meu coração
Entre textos tácteis, taciturnas notas
Então, estranho, antes que seja tarde
Triture minha tristeza, destrua meus traumas
Me tire desse transe, dessa introversão
Transite entre o meu tórax, perto dos trópicos
Atravesse o trânsito quase que intrafegável
E se instale no centro, dentro do meu peito.
poesia inspirada na novela/noturno "Pela noite", do livro
"Triângulo das Águas" (1983) de Caio Fernando Abreu.
Sensibilidade aflorada, texto muito sensível. Valeu Hannah!
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