terça-feira, 8 de maio de 2012

Refrão

Os dois tinham olhos tristes, olhos de despedida; Olhos curvados de tanto pedir perdão por algum erro que  explicasse a crueldade de terem amor, e não ser de todo seus. Seus assim: perto demais, inteiramente particular ao alcance dos olhos, esses mesmos olhos que ficaram com as cinzas do adeus. Face a face. Coisa que parecia um espelho. O mesmo olhar piedoso, os mesmos olhos belos castanhos, a mesma boca crua evitando a solidão. Quando dois olhos assim cruzam-se certos, basta apenas que o silêncio de amar deixe o outro acreditar nas palavras não ditas. 
Esses olhos intactos derramaram lágrimas quentes em um fim de tarde no verão. Os meus olhos nos dele. A minha boca suja de dor, de amor, de saudade. Os meus olhos não se demoram de espera, de vontade que esse amor possa regressar. .Um amor primeiro, um último romance.

(Rosseane Ribeiro)

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