domingo, 13 de maio de 2012

ROÇA DE VERSOS




Nestes dias não houve chuva na nossa roça de versos, ela está seca e até as formigas nos atacaram...

O sol castiga, e nos deixa triste sem legumes de palavras, fica tudo sem graça, é triste ver tanto plantio não brotar e flores a murchar, terreno árido, mas úmido das lágrimas do plantador insistente, que teima em viver e dar vida valente mesmo ardente, a si, aos seus e ao chão, que é seu ganha pão.

A determinação, a paixão, move os dias de sequidão, e no olhar triste, brota esperança, fé de dias de plantação, com fartura de milho, mandioca e feijão...

É o que enobrece o coração daqueles que tem que matar um leão por dia, da fome fatia e ainda ter alegria para manter a tez em riste, sem recorrer ao chiste, ir tocando a boiada, ir tocando a vida, o corpo e a alma agradecidamente...

Ainda que de longe, como perdido no meio de visão turva do sol do meio-dia, ouvimos um pouco de violão, uma rede para aliviar tanta tensão, será muito? – Não! Mas prá gente sufrida como nós é tudo de bão.

POR ALDERON MARQUES E NOÉLIA ALVES
DIA 12/05/2012

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