domingo, 13 de maio de 2012

A-Travessia I




“É só atravessar o mar Vermelho”, joguei como uma isca à sua ânsia...

Foi a tradução mesmo à distância, os pensares se encontram perto do horizonte, traduzido em verbos, versos, linhas tortas, incontidas do que sinto, do que passo, como um passo dado por Moisés, erguendo e baixando seu cajado!

Vermelho mar ousando atravessar sem nem mais pensar e o impossível realizar... Sem mais palavras, caminhar pela vida e uma marca renhida, vermelha, sanguínea a esta pobre humanidade deixar...

E deixa estar... Se abre ranhuras, fissuras, buracos no chão a engolir-me, perco-me nos sonhos, envolto em vermelho medonho deixando escorrer para longe, quem sabe reconstruir-me num mar de lágrimas, não mais de sangue, desta face langue, nascer um novo ser de alma lavada...

Sabe-se pois, que depois de uma imensa travessia, percalços tantos encontraria mas a sua ousadia permitiu em local mais seguro chegar, a se olhar naquele brilhante luar...

Um forte urrar... Só que de triunfo, então se diz: "Agora consegui atravessar!”.


Por Alderon Marques e Tody Macedo
Dia 12/05/2012

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