quarta-feira, 20 de junho de 2012


Sou efêmera como aquele pequeno inseto, que de tão pequena vida, tratada em segundos, nem a boca para comer o mundo... tem.

Para o universo,
somos fáceis
somos frágeis
e breves
breves, abreviados
avoados...

Por que a vida é mesmo rara,
peça que dura pouco,
ave de rapina que canta breve
e logo voa.

Voa, dente-de-leão
que num sopro pelo vento
flutua como bola de sabão...

E o mundo gira, gira, gira!

Fagulha de brasa apagada
fogueira de São João que arde
cinza nos olhos azuis do mundo...
Depois do incêndio.

Bolhas que ardem
bolhas que preenchem vidas vazias
de tantas primaveras.

Porque sou folha de papel em branco todos os dias, porque perco meu fio de memória... Porque minha felicidade dura segundos até encontrar outra felicidade ou outro fio de tristeza latente... Porque a peça da vida me faz coadjuvante de uma poesia mal escrita num guardanapo... Porque minha sensibilidade vai e volta, e vem de novo e bate com o coração arreio no pensamento daquele que me é alheio.

Raíssa Cagliari

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