- Era possivelmente um dia de
véspera
o sono do torpor etílico, realidade onipresente
guardava minhas lembranças para o melhor instante
dentro em breve de tempos passados chegaremos ao Duque
- Será provavelmente uma noite de
sátiros
os anjos do motor telúrico, mortalidade inclemente
brindava minhas mudanças para o sabor de antes
fora do tempo, sem noção da hora
fui ao encontro de sócrates
- Eis que a noite conjectura-se
na certeza mística de um outono imprevisível, não só o vento mormaço, ou as
rajadas mosaicadas de luz e sombra em tons de vermelho que assim anunciam a
despedida e a chegada de conspirações relevantes e reveladoras. Não há relevo
entre circunstâncias e idiossincrasias tuas ou coletivas. é o momento de
sentir, ao sabor e ao âmago aquecido em xícaras de chá d coca e gengibre.
- Há quem vibre num espasmo o
cheiro de êxtase que se propala aqui, entre o limbo de louvadeus e a lombra de
leva e traz? que aromas climatizam a esfera imperfeita desta terra sem medidas?
- Para além do inatingível ressurgem nossas questões emblemáticas e
neste mesmo não espaço, sorvem-se pelos caules das árvores e pelo calor do
sanue púpuro das criaturas místicas de Zion. E isto, ou o seu contrário, é o
que manifesta a fúria da leveza em cada ser
- E há quem aguente o peso de existir em tão cataclísmica simbiose? vejo
espectros ora dourados, ora translúcidos, no limiar da loucura e - dita -
sanidade. parecem criaturas que não há epizêuxis ou diácope, várias, várias
vezes, que consigam explicar a contento. Passeio e observo, irresignado.
- É de tua natureza caro Duque
esta insatisfação ilógica a tua vista. Aquilo que define este não lugar
difere-se muito de Cocytus de Giudecca ou mesmo de Aldebaran. Nada me vem como
um conceito definitivo, pois aqui vivo também na incompreensão existencial. o
plano ou os planos estabelecem uma relação viva, mesmo com a consumação de
nossa essência para o seu viver. Cocytus, apesar de viver, nada mais seria do
que as reinações indignas e maniqueístas de Satan, com a certeza da verossimilhança
divina. Zion? Limbo? Donde estamos, me repito, sei que nada sei, a cada passo e
olor, a cada imagem e pensamento.
- Então, companheiro
recém-descoberto na caminhada por esta camponesa terra de contragostos,
poderemos conquistar entendimentos ao longo das estradas. Vejo que tens nas
mãos as cartas que movem mundos, derrubam reis e rainhas. Aceita um trago?
E assim, contrapostos em mundos parecidos, Sócrates e Duque começavam
mais uma visagem entre sombras e alucinações. Nas mãos, um bom e velho jogo de
Poker. Aguardam Satan.
Como se fizesse sentido algum, pelo meu eu perdido no devaneio do tempo
indefinido aos aromas e aos ares, no trago, mergulhei e num sonho tateado e
viscoso, conectei-me com a terra úmida, percebendo mil vozes e sons, tons e arrepios,
num pulsar disritmado de sensações
Duque e Sócrates em Zion
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